sábado, 10 de abril de 2021

Sem vida

Entre sorrisos meia-boca.
E abraços sem vigor, que soltam.
Em traje metálico a ocultar a face real.
Ilusões disfarçadas de mágica.
Cálculos programados como um robô.
Lentes de aumento sobre as peculiaridades.
Músculos sustentados numa estrutura desorganizada.
Pensamentos rodopiando no mesmo eixo.
Sentimentos sabotando convicções da razão.
Vivendo o medo dos outros.
No inferno que é frio.
Num silêncio que pode ser escutado na solidão do carro fechado sem passageiros.
As trevas preenchem o que bloqueia a luz.
Duas faces opostas entre as grades.
Duplicidade digital em duas cidades.
Do desconhecido vêm as respostas mais sinceras.
Quanto tempo foi vivido em meio vazio?
Não há sombras quando a paz habita.