domingo, 5 de novembro de 2006

O acorde

O som que vinha da sala de música lembrava fatos inexplicáveis a Daniel. Sabia que conhecia aquela música, mas de onde?
Numa manhã de sexta-feira, Daniel resolveu ir à sala de música de sua escola para tentar descobrir quem tocara aquela canção que ele ouvira na manhã passada e causara tantos sentimentos. Ao chegar na porta da saleta, o rapaz deparou-se com uma linda mulher vestida em um belo vestido negro.
– O que desejas aqui, rapazinho? – perguntou a bela mulher a Daniel.
– Eu apenas gostaria de saber quem tocou uma canção ontem pela manhã.
A mulher estranhou um pouco a pergunta, mas respondeu:
– Fui eu que toquei. Estava afinando as cordas do meu alaúde. Comecei a trabalhar aqui esta semana como professora de música. Mas, por que esse interesse pela minha canção?
– Não sei explicar direito. Posso dizer apenas que sinto já ter escutado essa melodia...
A professora pediu para que o garoto viesse falar com ela após a aula. O menino concordou com a cabeça e seguiu para sua sala de aula, pois o sinal estava tocando.
A melodia permanecia soando na mente de Daniel. Ele não conseguia fixar a atenção nos teoremas e equações que o professor de matemática explicava. Esperava ansiosamente o encontro com a bela professora de música. Então, o sinal tocou.
Daniel esperou as pessoas saírem da escola e, assim, seguiu para a saleta de música, na qual a professora o aguardava. Ela o cumprimentou com uma mesura e pediu para que ele sentasse numa poltrona cor-de-carne, que estava próxima dos instrumentos musicais. O garoto obedeceu e voltou a perguntar sobre a melodia misteriosa.
Assim, depois de pegar seu alaúde, a bela mulher tocou a canção para Daniel ouvir. Ele afirmou, sem dúvida era aquela canção. Todos os sentimentos misteriosos voltaram à tona e Daniel lembrou algo que o assustou. Ele conhecia a professora de música, porque ela marcara sua vida. Aquela mulher fez a vida dele valer a pena.
Então, a mulher desapareceu como o sol no fim do dia. Entretanto o acorde daquela canção ecoou eternamente no interior do coração de Daniel. Ele conhecia aquela mulher, ele conheceu, um dia, aquela melodia.

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