No pôr-do-sol ela se despediu. Eu não recordo seu rosto em todos os detalhes, pouco a vi durante estes anos que nossos caminhos ficavam próximos por alguns instantes. Acredito que ninguém que a via imaginava a tristeza que emanava de seus olhos, um olhar opaco que era disfarçado por sua presença, de certa forma, intimidadora.
Não sei o que passava em seu mundo, nem sei se conseguiria imaginar. Imagino a dor dos que ficaram, a dor daquele que chamou seu nome e não foi atendido, e sua dor intensa a ocultar-lhe, desorientando os percursos paralelos que necessitavam de sua existência para seguirem corretos.
O fato inesperado tira-me as palavras. Fico perplexo de imaginar que tudo isso aconteceu no silêncio da noite, e que já não se podia fazer mais nada para tirá-la da solidão escura do quarto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário