quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Veneno

Com uma simples palavra fria o diálogo franco fez-se briga feia.
É tão estranho o silêncio que fica no período pós-ictal.
Um veneno meio turvo que corrói as entranhas lentamente.

Na verdade aquela mentira era verdadeiramente errada.
Um equívoco na posição das palavras, uma troca de idéias mal pensada.
O eterno conflito entre o pedir perdão e o fingir que não (houve nada).

Será que existe um antídono melhor que o tempo?
A impaciência e a inquietude nos deixa meio indignados.
Cada minuto que passa o pensamento é mais forte, mais sufocante.

Impuro é o meio em que as bordas são contaminadas.
O pior veneno não é de um inseto ou de uma serpente mutante, é humano.
Um veneno inodoro, insípido e incolor que putrefaz o que toca a conta-gotas.

Nesse meio termo, manter-se neutro pode ser perigoso demais, até letal.
A rotina libera toxinas no ar, psicotrópicos que nos despersonificam (ou seria despersonalizam) lentamente.
E quando nós enxergarmos o que sobrou de nós mesmos, já estará envenenado demais para desintoxicar.

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