terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Sufoco

Em alguns segundos o pesadelo absurdo fez-se realidade inquestionável.
Em alguns segundos oscilou-se o pensamento, uma estranha interrogação silenciosa a retificar-se em exclamação vermelha gritante num curvar de cotovelos pálidos.
Em alguns segundos surgiu um vácuo, o "creepy blue" apareceu e o pânico bateu na porta de quem não estava com a casa arrumada para recebê-lo naquele instante.
Uma falta de ar... Uma falta... De ar... Sem ar... Uma falta... Sem.
Foi naquele momento que simplesmente sufocou-se o que estava havendo de tão intenso e grave, mas igualmente tão agudo e frio.
Por alguns segundos pesou-se, sugou-se, ventilou-se e doeu-se enfim.
Em alguns, só alguns segundos, mas o tempo parecia longo demais e ainda havia medo.
Naquele instante, só queria que acordasse do seu sonho e eu do meu pesadelo.
Parecia que se estava afundando, em águas densas e escuras e que faltavam forças para subir até a superfície são.
Felizmente (e agradeço muito), em alguns minutos, pude voltar a respirar tranquilo.
Julgo que nesse período acordei com um pouco mais de fôlego, apesar do cansaço.

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