Uma barreira de vidro separava o corpo da alma. Não entendia o que estava acontecendo... Era o fim ou o começo?
Acordou sobressaltado nesse dia. Abriu as cortinas para inalar o ar puro e fresco da manhã. Teve uma vontade súbita de ver o mar, observar as nuvens e fazer aquilo que nunca havia feito.
O garoto sentia ser a última chance, todavia achou mais cômodo permanecer deitado. Os lençóis pareciam algemas que prendiam seus pulsos e tornozelos aos quatro pés da cama. Seu quarto era uma espécie de casulo, que ao invés de desenvolvê-lo sugava lentamente toda a sua vitalidade.
O corpo envelhecia em descompasso com a alma. O garoto estava perdido em uma caverna sem entrada e sem saída. Os dias eram repetidos, não tinham sentimentos.
Dormiu. Perdeu-se nos sonhos. Corpo vazio não precisava de alma. Na cama, imóvel, as lágrimas escorriam de seus olhos. O vidro tornava-se cada vez mais espesso. O garoto não entendia, não sabia pensar.
Balbuciou três palavras: eu quero viver. As cortinas transformaram-se em vento, a cama tornou-se o mar. O quarto vazio encheu-se de luz e amigos.
A metamorfose estava completa. O garoto passou a perceber seu reflexo na barreira de vidro.
Um comentário:
=D
"parece" q aconteceu cmgo tbm
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