Mais um ano completa a maratona de 365 dias sem que percebamos sua fuga silenciosa.
Os adesivos permanecem nas agendas velhas e os cartões acumulam-se dentro das gavetas.
O relógio ainda traz as horas em sequência crescente, o 1-2-3 interminável e enigmático, que não me faz ganhar na Mega Sena.
A Yazawa que não demonstra melhoras, o cão Hachiko que ganha espaço no cinema americano e a estranha morte da Lady Murphy...
É, tanta coisa parece ter acontecido ontem e já faz um ano. Tanta coisa aconteceu esse ano, que desaparece na simples cronologia de um dia, de um mês, de uma estação...
Na janela ainda há vazio, um silêncio interrompido pelas luzinhas restantes do Natal.
Na carteira velha havia um cartão esquecido, acredito que não só por mim, mas por quem o fez também. E já fazem mais de 10 anos!
Estrondos contínuos de rojão a fragmentar o espaço e o tempo nos últimos segundos. Brilhos que jamais serão repetidos na mesma ordem e posição.
Explosão e suspiro. Hora da psicodeliamania. Ameixas rosadas que parecem maçãs.
Como é possível regredir e transgredir ao mesmo tempo?
Já está quase visível a tênue linha entre futuro e passado, que se encontram nesse momento.
Feliz ano novo. Ano feliz novo. Novo ano feliz.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Duas patadas no rosto e uma mordida na mente
Ele não sabe por mais quanto tempo esse coliseu irá ficar erguido. Tem dias que a fisionomia dos gladiadores é tão hostil que o leão em sua jaula fica perplexo. Como é possível aqueles homens estarem tão determinados em matar uns aos outros? Seria o instinto de sobrevivência ou o puro prazer de provar que é o melhor dentre todos?
Não é compreensível para um leão, mesmo sendo o rei, a característica confusa da mentalidade humana. Gladiadores com suas armas em punho, prontos para retirarem a vida de seus semelhantes. Um leão a observar aquilo com olhos curiosos, sem mostrar qualquer entendimento. Confusão total.
Espero que o juízo seja feito. Que sobrevivem apenas, além do leão e sua inocência, aqueles que forem mais espertos, não em criar métodos para derrotar os outros homens, mas que percebam a existência da grande platéia sedenta por sangue a sua volta, e não se deixem enganar pelos aplausos.
Não é compreensível para um leão, mesmo sendo o rei, a característica confusa da mentalidade humana. Gladiadores com suas armas em punho, prontos para retirarem a vida de seus semelhantes. Um leão a observar aquilo com olhos curiosos, sem mostrar qualquer entendimento. Confusão total.
Espero que o juízo seja feito. Que sobrevivem apenas, além do leão e sua inocência, aqueles que forem mais espertos, não em criar métodos para derrotar os outros homens, mas que percebam a existência da grande platéia sedenta por sangue a sua volta, e não se deixem enganar pelos aplausos.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Brilho de uma mente sem lembrança
Meu lobo occipital parecia estar em plena atividade. Meu corpo estava congelado, meus braços não respondiam à minha vontade de mexê-los. Acho que eu estava preso no espaço que existe entre o sono profundo e o estado de alerta. Inexplicável e curioso, como se parte de meu cérebro estivesse consciente do ambiente e a outra parte permanecesse sonhando com coisas que já não lembro mais veementemente.
Diante do espelho minha vista está embaçada e há um silêncio em minha consciência. Na hora do banho, ao cair água em minha cabeça, ouço gritos e duas pezadas fortes ecoam entre o barulho das gotas que caem no chão e escorrem pelo ralo. Queria poder voltar àqueles dias em que observava as nuvens pela fosca janela enquanto a água purificava minha alma.
Diante do espelho minha vista está embaçada e há um silêncio em minha consciência. Na hora do banho, ao cair água em minha cabeça, ouço gritos e duas pezadas fortes ecoam entre o barulho das gotas que caem no chão e escorrem pelo ralo. Queria poder voltar àqueles dias em que observava as nuvens pela fosca janela enquanto a água purificava minha alma.
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