Mais um ano completa a maratona de 365 dias sem que percebamos sua fuga silenciosa.
Os adesivos permanecem nas agendas velhas e os cartões acumulam-se dentro das gavetas.
O relógio ainda traz as horas em sequência crescente, o 1-2-3 interminável e enigmático, que não me faz ganhar na Mega Sena.
A Yazawa que não demonstra melhoras, o cão Hachiko que ganha espaço no cinema americano e a estranha morte da Lady Murphy...
É, tanta coisa parece ter acontecido ontem e já faz um ano. Tanta coisa aconteceu esse ano, que desaparece na simples cronologia de um dia, de um mês, de uma estação...
Na janela ainda há vazio, um silêncio interrompido pelas luzinhas restantes do Natal.
Na carteira velha havia um cartão esquecido, acredito que não só por mim, mas por quem o fez também. E já fazem mais de 10 anos!
Estrondos contínuos de rojão a fragmentar o espaço e o tempo nos últimos segundos. Brilhos que jamais serão repetidos na mesma ordem e posição.
Explosão e suspiro. Hora da psicodeliamania. Ameixas rosadas que parecem maçãs.
Como é possível regredir e transgredir ao mesmo tempo?
Já está quase visível a tênue linha entre futuro e passado, que se encontram nesse momento.
Feliz ano novo. Ano feliz novo. Novo ano feliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário