sábado, 10 de janeiro de 2009

Na cadeira ni

Eram três vozes principais nesta peça.
A voz da natureza, representada pelo canto dos pássaros e pelo chocalhar das folhas nas árvores.
A voz da mente, representada pelos pensamentos e a consciência do personagem principal.
A voz do ser humano, representada pelos indivíduos que falavam ao telefone.
Mais uma vez estava amarrado àquele lugar enfadonho.
Naquele lugar pecou, condenou, julgou, atirou a primeira pedra.
Enganou-se mais uma vez.
As quatro pernas paralelas entre si criavam uma estabilidade para o corpo sem postura.
Os indivíduos passavam, as crianças brincavam no campo.
Sucumbia lentamente perante a visão do céu a escurecer.
Olhos cansados, pés inchados, mãos fechadas.
O tempo fugia por entre seus dedos enquanto esperava a grande mudança.
Aquilo não era seu ofício, não servia para os objetivos futuros.
Juntando os minutos perdia mais um dia. Perdia o êxtase pelo comprometimento.
E mais uma vez, na cadeira aguardava alguma novidade.

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