terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Sufoco

Em alguns segundos o pesadelo absurdo fez-se realidade inquestionável.
Em alguns segundos oscilou-se o pensamento, uma estranha interrogação silenciosa a retificar-se em exclamação vermelha gritante num curvar de cotovelos pálidos.
Em alguns segundos surgiu um vácuo, o "creepy blue" apareceu e o pânico bateu na porta de quem não estava com a casa arrumada para recebê-lo naquele instante.
Uma falta de ar... Uma falta... De ar... Sem ar... Uma falta... Sem.
Foi naquele momento que simplesmente sufocou-se o que estava havendo de tão intenso e grave, mas igualmente tão agudo e frio.
Por alguns segundos pesou-se, sugou-se, ventilou-se e doeu-se enfim.
Em alguns, só alguns segundos, mas o tempo parecia longo demais e ainda havia medo.
Naquele instante, só queria que acordasse do seu sonho e eu do meu pesadelo.
Parecia que se estava afundando, em águas densas e escuras e que faltavam forças para subir até a superfície são.
Felizmente (e agradeço muito), em alguns minutos, pude voltar a respirar tranquilo.
Julgo que nesse período acordei com um pouco mais de fôlego, apesar do cansaço.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Fuga

Se pudesse, pegava o último trem na estação e partia nesse mesmo instante.
Partia para um local inédito, onde os pensamentos poderiam transcorrer livremente.

Os olhos já não conseguem mais ser abertos na mesma angulação de outrora.
As palavras faltam, um conflito entre a mente errante e a insistência na estática.
Um conflito entre dois egos, entre dois semblantes mutuamente exclusivos.

Borboletas no estômago já não há mais, há uma casca vazia e nada mais.
Queria rir e sofrer, não sentia perdão pelo próprio crime pueril, uma culpa terrível.
Mais uma vez, será que alguém de antes está aí?
Sempre vazio, silente, intrusivo e bruto.
Um pôr-do-sol sem luz sobre um enorme lago sem água.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Alucinação

Sabe, preciso confessar hoje algumas coisas que você não sabe, que acontecem quase todos os dias (e aparentemente somente comigo). Vejo um inseto negro caminhando rapidamente para os cantos de parede, que desaparece quando observo o lugar com mais atenção. Ouço uma voz que me persegue noite e dia, que some quando durmo e reaparece de repente quando estou desperto. Sinto que estou sendo observado, que há câmeras filmando as coisas no meu quarto e lá do espaço os astronautas americanos me observam com o ultra-zoom de seus satélites artificiais. Julgo não ter paz, um pensamento dissipando lentamente como o fogo a tostar o estoque de carvão. Entre loucos e sorrisos largos, meu raciocínio anda meio vago e minhas mãos tremem. Já não sei mais o que sou, o que fui e o que pretendo ser. Meio perdido, eu tento encontrar o que ainda há de real nesse meu mundo tão fantasioso. Minha realidade anda meio fragmentada demais entre a honestidade dura e crua e a utopia desvairada que desejo para mim, só pra mim. Mas isso tudo parece real demais para vir alguém que nem conheço e taxar de alucinação. O louco é você, seu maluco. Só peço que me deixe viver na minha solidão e crer nesses pensamentos bizarros de que o mundo é perfeito.

domingo, 16 de outubro de 2011

Aesthetic Perfection - The Ones

Would you believe me if I told the reasons why,
You can't rest and drink yourself to sleep at night?
Not like it matters you can't escape don't even try,
We'll speak what no one knows.

You lie awake and you hope it's all in your head,
You're counting teeth with your tongue,
"Are they all there?"
There's no relief in the dark from what isn't there,
But you don't feel alone.

We are the ones you should be fearing,
Come in the night and take your teeth away,
Now sew up your mouth and go to sleep because,
We'll be there soon to break,
Your heart and spite your face.

Now they're finally here and you what they're looking for,
With their empty grins they proceed in taking what you owe,
And you move your lips but the words they just fall to the floor,
So this is how it ends?
Crawl to the mirror and see all that you've become,
A grim reflection of all the things that you have done,
You try to weep but no tears have or will ever come,
So this is who you are?

We are the ones you should be fearing,
Come in the night and take your teeth away,
Now sew up your mouth and go to sleep because,
We'll be there soon to break,
Your heart and spite your face.

All the stars will burn out sometime,
We hang by our own rope,
All the stars will burn out sometime,
We suffer from inward growth.

We are the ones you should be fearing,
Come in the night and take your teeth away,
Now sew up your mouth and go to sleep because,
We'll be there soon to break,
Your heart and spite your face.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Kagrra, - Shiki 「四季」

Kanji:
噫 風に吹かれ舞い散る桜は
何故この心に侘しさを説くのだろう

人は時に泳ぐたびに 何か失くしてゆく
水面に揺れる木葉のように
流れて流され消え逝く

愛しくて 愛しくて 心から 言葉みつからぬほどに
貴女への想いよ 永遠に 四季は廻り巡る

噫 影を宿す母なる光に
何故この心は潸潸と泣くのだろう

人は掌を合わせて 明日を願い祈る
けれど私の両の指は 貴女を求めて彷徨う

愛しくて 愛しくて 心から 言葉みつからぬほどに
貴女への想いよ 永遠に 四季は廻り巡る

春過ぎて夏来にけらし 秋が降り冬が芽吹く

愛しくて 愛しくて 刹那くて 涙溢れ出すほどに
悠久の誓いとともに咲け 四季を跨ぎ

愛しくて 愛しくて 心から 言葉みつからぬほどに
貴女への想いよ 永遠に 四季は廻り巡る

Romaji:
Aa kaze ni fukare maichiru sakura wa
naze kono kokoro ni wabishisa wo tokuno darou
hito wa toki wo oyogutabi ni
nanika wo nakushite yuku
minamo ni yureru konoha no youni
nagarete nagasare kie yuku

itoshi kute itoshi kute kokoro kara
kotoba mitsukaranu hodoni
anata eno omoiyo eien ni
shiki wa meguri meguru

Aa kage wo yadosu hahanaru hikari ni
naze kono kokoro wa samezame to nakuno darou
hito wa tenohira wo awasete
asu wo negai inoru
keredo watashi no ryouno yubi wa
anata wo motomete samayou

itoshi kute itoshi kute kokoro kara
kotoba mitsukaranu hodoni
anata eno omoiyo eien ni
shiki wa meguri meguru

haru sugite natsuki ni kerashi
aki ga furi fuyu ga mebuku

itoshi kute itoshi kute setsuna kute
namida afuredasu hodoni
yu-kyu- no chikai to tomoni sake
shiki wo matagi

itoshi kute itoshi kute kokoro kara
kotoba mitsukaranu hodoni
anata eno omoiyo eien ni
shiki wa meguri meguru



P.S.: Não sabia que o Isshi (vocalista) tinha morrido em julho desse ano. :/

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Supernova

Como uma estrela em colapso, um último suspiro. Foi a luz mais intensa que já tinha visto em toda vida. Incolor. Sem odor, sem soar, sem sentir. Entre luas novas e cheias, e vários sóis poentes e nascentes, a luz cadente lentamente desaparecia da nossa frente. Uma explosão violenta, liberando energia e radiação cósmica no silêncio do espaço sideral. No meio de corpos celestes de todos os tipos e tamanhos, a estrela morria. Sua luz ainda jazia na Terra, um atraso de alguns anos-luz que permanecia invisível aos olhos da massa distraída. Um paradoxo infinito. Uma supernova. Será que você a viu no céu? Provavelmente não.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ira

Não queria pecar, mas foi inevitável.
Um limiar de tolerância meio curto demais.
Um dois dois três um quatro um cinco seis.
E aquela senhora que chama e não fala coisas com nexo.
Há a que chora na multidão doente, que fala só com a mente.
A gente que não sente e não entende.
A punição injusta, o castigo errado.
O riso das hienas no meio do mato, carniça podre.
Que coisa irritante, transtorno distímico.
Escudos muito bem moldados para deter a insegurança das ruas.
Que ira, que nada, enfim.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sono

SONOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

sábado, 7 de maio de 2011

Sonata ao luar

E eu sozinho, no fundo do poço.
Eu vejo seus olhos, o mesmo brilho fugaz.
De trás para frente, de frente para trás.
Atrás da montanha há... Esperança? Talvez.
São outros pastos, outros postos.
Há uma minoria que roda em círculos, que voa.
Luz no porto, refúgio ideal.
Ou Lua, luar. Recortagem B-O-A.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

わたしのしゅみ

Practicing japanese, some mistakes!

わたしのしゅみはえをかくことです。
いまじかんがありませんから、すこしえをかくことができます。
どうぶつやひとをかきます。
わたしのえはあまりよくないですが、とてもたのしいです。
デヴィアントアルトにえをいれます。
デヴィアントアルトはすごいサイトです。
あそこにせかいのひとはわたしのえをみることができます。
それはとてもおもしろいですね。

quarta-feira, 30 de março de 2011

Ansiedade

Segundo a última definição que li sobre o assunto, ansiedade nada mais é que a sensação desagradável que antecede um evento indesejável. Mas será que é isso mesmo?
Alguns afirmam que a ansiedade está para o futuro assim como a depressão está para o passado. Mas de onde ela vem?
Ansiedade é um método engenhoso magnificamente planejado pelo nosso cérebro para nos proteger de possíveis ameaças e nos forçar a planejar respostas diversas para prováveis desafios que estão por vir. Mas onde está o problema então?

Ansiedade é o parodoxo da mão fria suada.
É o calor, a taquicardia e a boca seca.
Ansiedade é um tropeço com as palavras.
É hipervigilância sem explicação lógica aparente.
Ansiedade é sofrer antes do tempo.
É dormir mal, é olhar o relógio de cinco em cinco minutos.
Ansiedade é o alimento da fobia, é dor intensa todo dia.
É a reação indesejável e incontrolável que atormenta em silêncio.

E nos finalmentes, nos fins da mente ou no confim das entrementes, existe uma gente que mente que a ansiedade curar-se-á espontaneamente como se sementes brotassem sem alguém para regar.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Pulsos

Pele fria.
Esboço no rosto palavra vazia.
Pulsos não pulsam não há reação.
Não fala não olha não mostra emoção.
Socorro alguém ajuda levar pessoa.
Lá tentar salvar.
Onda fixa fim.
Adrenalina desgosto impotência enfim.
Outro dia ainda marca no corpo.
Pulsos dor braços fadiga.
Descoberta ronchas joelhos.
Imaginação minutos parecer horas.
Instante juízo vida.
Pulsos encontrar pulsos.
Marcas da morte que ficam.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Kagrra, - Sakebi 「叫び」

風に吹かれ 立ち止まり振り返って
影に埋もれた足跡に そっと手を伸ばし
その先を見つめて 溜め息を浮かべたら

あの青く晴れた大空に叫んでた 在りし日の俺が口を開け笑った
夢は遠くほど遠く霞んでる 今こそ掴めこの声よ天に届け

瓦礫(がれき)の上 唇を強く噛んで
蹲(うずくま)ってる瞬きが 瞳を閉じれば
広がる暗闇に 幽かに今 輝いて

路傍(ろぼう)に生まれたあの花は知っていた
踏みつけられて覚えてく強さを
夢は遠くほど遠く霞んでる 今こそ唸れこの声よ天に届け

落雷の彼方まで 響く「叫び」は
時を越えてく 限りなく高く 聳(そび)えた壁を 打壊し

あの青く晴れた大空に叫んでた 在りし日の俺が口を開け笑った
夢は遠くほど遠く霞んでる 今こそ掴めこの声よ俺に届け


Romaji:

Kaze ni fukare tachidomari furikaette
kage ni umoreta ashiato ni sotto te wo nobashi
sono saki wo mitsumete tameiki wo ukabetara

Ano aoku hareta oozora ni sakendeta
arishi hi no ore ga kuchi wo ake waratta
yume wa tooku hodo tooku kasunderu
ima koso tsukame kono koe yo ten ni todoke

Gareki no ue kuchibiru wo tsuyoku kande
uzumakutteru matataki ga hitomi wo tojireba
hirogaru kurayami ni kasuka ni ima kagayaite

Robou ni umareta ano hana wa shitteita
fumitsukerarete oboeteku tsuyosa wo
yume wa tooku hodo tooku kasunderu
ima koso unare kono koe yo ten ni todoke

Rakurai no anata made hibiku "sakebi" wa
toki wo koeteku kagirinaku takaku
sobieta kabe wo uchi kowashi

Ano aoku hareta oozora ni sakendeta
arishi hi no ore ga kuchi wo ake waratte

Yume wa tooku hodo tooku kasunderu
ima koso tsukame kono koe yo ore ni todoke

A verdade

A verdade é que a vida só tem sentido se existirem desafios.
Se houver uma busca eterna por um tesouro perdido em algum lugar distante.

O sentido da vida é um sentimento insaciável, que se perde quando tudo é fácil e gratuito.
Não existe recompensa sem haver um fardo a cumprir anteriormente.

Não ter tempo, por exemplo, torna os momentos de felicidade mais importantes.
Já o excesso de tempo deixa aquilo que te faz feliz extremamente irritante.

Pensar sobre tudo isso nos mostra como o ser humano é bizarro.
Ele é capaz de anteceder uma felicidade como sofrimento e sofrer por ser feliz.
Uma estranha ambivalência, uma simbiose conflitante peculiar.

No final, a melhor opção acaba sendo utilizar o tempo de maneira racional, mas não compulsiva.
E acabamos sem querer pensar muito sobre o assunto.
Por isso, deixe a vida seguir seu rumo, pois a verdade já está aguardando você há muito tempo.
Antes de qualquer mentira.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Burning up

Minhas pernas estão moldadas com uma estranha sensação.
Elas não sentem dor, não estão doentes nem cansadas.
É apenas uma espécie de congelamento, talvez uma brisa que insiste em passar.
Seria um efeito colateral do meio sono em meio disperso.
Ou as três pitadas de canela no café antes de dormir.
Já faltam palavras.
Talvez isso seja estresse acumulado, um corpo fatigado, um burn out ainda in.