Quase no ponto, mas ainda não era a hora mais certa de retirar o pão do forno. O vapor d'água misturado com os gases da fermentação alcoólica embriagavam o fulano. Acertava todos os passos da receita, todavia algo ainda estava errado. O gosto do pão parecia inexplicavelmente incompleto, não correspondia com aquilo que diziam.
O tempo passava e o fulano não acertava a receita apesar de todos os dotes natos na Gastronomia. Sem desistir buscou um novo arranjo de ingredientes e criou seu próprio passo-a-passo. O problema não estava nele, o problema estava na receita criada por outrem para aquele pão. Ele não estava errando todo aquele tempo, estava acertando no sabor múltiplas vezes sem perceber a diferença do que era experimentado para o que era especulado.
Um bom chef de cozinha costuma não admirar os próprios pratos. E é nesse preceito onde está o grande erro. O sabor do pão é certamente algo deveras variável para aqueles que devoram. Esse é, entretanto, invariável para os outros que têm fome.
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