sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Fobia de um alienígena

Estava cansado daqueles sorrisos sínicos. Percebia que os olhares estavam direcionados a mim, mas só extraiam o que há de mais superficial em minha aparência. Os olhos eram todos vazios, sem nenhum tipo de sentimento. As bocas falavam aquilo que agradava, mesmo que fosse a maior das mentiras. Sorrisos que objetivavam exibir dentes brancos, perfeitos na forma, mas cariados por dentro. As orelhas eram sempre atentas, captando todos e quaisquer sopros e ruídos. A vida ali era medíocre.
O crepúsculo anunciava o fim daquele instante de agonia. O instinto de sobrevivência (ou não) dos humanos fazia todos parecerem cruéis. A malícia e maldade havia se apoderado daquela cidade funesta. Era como se o Sol sentisse alívio ao partir daquelas terras, pois sua luz já não iluminava muita coisa por ali. A sombra era mais intensa e mais escura que as negras penas do abutre carniceiro.

Título original: Uma brisa, uma luz (ou um sonho?)

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