quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz ano novo

Mais um ano completa a maratona de 365 dias sem que percebamos sua fuga silenciosa.
Os adesivos permanecem nas agendas velhas e os cartões acumulam-se dentro das gavetas.
O relógio ainda traz as horas em sequência crescente, o 1-2-3 interminável e enigmático, que não me faz ganhar na Mega Sena.
A Yazawa que não demonstra melhoras, o cão Hachiko que ganha espaço no cinema americano e a estranha morte da Lady Murphy...
É, tanta coisa parece ter acontecido ontem e já faz um ano. Tanta coisa aconteceu esse ano, que desaparece na simples cronologia de um dia, de um mês, de uma estação...
Na janela ainda há vazio, um silêncio interrompido pelas luzinhas restantes do Natal.
Na carteira velha havia um cartão esquecido, acredito que não só por mim, mas por quem o fez também. E já fazem mais de 10 anos!
Estrondos contínuos de rojão a fragmentar o espaço e o tempo nos últimos segundos. Brilhos que jamais serão repetidos na mesma ordem e posição.
Explosão e suspiro. Hora da psicodeliamania. Ameixas rosadas que parecem maçãs.
Como é possível regredir e transgredir ao mesmo tempo?
Já está quase visível a tênue linha entre futuro e passado, que se encontram nesse momento.
Feliz ano novo. Ano feliz novo. Novo ano feliz.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Duas patadas no rosto e uma mordida na mente

Ele não sabe por mais quanto tempo esse coliseu irá ficar erguido. Tem dias que a fisionomia dos gladiadores é tão hostil que o leão em sua jaula fica perplexo. Como é possível aqueles homens estarem tão determinados em matar uns aos outros? Seria o instinto de sobrevivência ou o puro prazer de provar que é o melhor dentre todos?
Não é compreensível para um leão, mesmo sendo o rei, a característica confusa da mentalidade humana. Gladiadores com suas armas em punho, prontos para retirarem a vida de seus semelhantes. Um leão a observar aquilo com olhos curiosos, sem mostrar qualquer entendimento. Confusão total.
Espero que o juízo seja feito. Que sobrevivem apenas, além do leão e sua inocência, aqueles que forem mais espertos, não em criar métodos para derrotar os outros homens, mas que percebam a existência da grande platéia sedenta por sangue a sua volta, e não se deixem enganar pelos aplausos.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Brilho de uma mente sem lembrança

Meu lobo occipital parecia estar em plena atividade. Meu corpo estava congelado, meus braços não respondiam à minha vontade de mexê-los. Acho que eu estava preso no espaço que existe entre o sono profundo e o estado de alerta. Inexplicável e curioso, como se parte de meu cérebro estivesse consciente do ambiente e a outra parte permanecesse sonhando com coisas que já não lembro mais veementemente.
Diante do espelho minha vista está embaçada e há um silêncio em minha consciência. Na hora do banho, ao cair água em minha cabeça, ouço gritos e duas pezadas fortes ecoam entre o barulho das gotas que caem no chão e escorrem pelo ralo. Queria poder voltar àqueles dias em que observava as nuvens pela fosca janela enquanto a água purificava minha alma.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Satsuki - Kagrra

雫滴る 硝子の向こうは
嗚呼 遥か遠く 瞳に映らない
嗚呼 震えている 記憶にもたれて

声は唯届かずに その手を擦り抜けて行く
涙はまだ零れずに あなたを想うだけ

翳む夕日に壊れたあの日の欠片

声は唯届かずに その手を擦り抜けて行く
涙はまだ零れずに あなたを捜してる

嗚呼 遥か遠く 私の心が
嗚呼 震えている 心が哭いている

声は唯届かずに その手を擦り抜けて行く
涙はまだ零れずに あなたを捜してる

声は唯届かずに…
涙はまだ零れずに…

- Romaji -

shizuku shitataru, garasu no mukou wa
aa, haruka tooku, hitomi ni utsuranai
aa, furueteiru, kioku ni motarete

koe wa tada todokazu ni, sono te o suri nukete yuku
namida wa mada koborezu ni, anata o omou dake

kasumu yuuhi ni kowareta ano hi no kakera

koe wa tada todokazu ni, sono te o suri nukete yuku
namida wa mada koborezu ni, anata o sagashiteiru

aa, haruka tooku, watashi no kokoro ga
aa, furueteiru, kokoro ga naiteiru

koe wa tada todokazu ni, sono te o suri nukete yuku
namida wa mada koborezu ni, anata o sagashiteiru

koe wa tada todokazu ni...
namida wa mada koborezu ni...

domingo, 15 de novembro de 2009

Paradox Globe - Concept Intro

No globo paradoxal a vida não é simples como na televisão.
As feridas são verdadeiras e doem bastante.
As lembranças não são revividas e se cristalizam na mente como o que chamamos de passado.
O bem e o mal convivem como unidade dentro dos corações de todos os homens.
E o tempo afeta a todos sem se importar com sua origem.

- Será que dessa vez sai alguma coisa? -.-'

domingo, 8 de novembro de 2009

Tarde de domingo

Hoje é domingo, pé de cachimbo.
O cachimbo é de ouro, bate no touro.
O touro é valente, derruba a gente.
A gente é fraco, cai no buraco.
O buraco é fundo, acabou-se o mundo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Gueixa neolatina

Com seus olhos ligeiramente puxados, ela seduzia. Não sei se fazia aquilo de propósito ou se sua beleza exótica era capaz de por si atrair a atenção.
Olhos que brilhavam naquela noite chuvosa, na penumbra do alpendre e me fazia sentir que era observado. Seria aquilo de propósito ou fruto da minha imaginação desejosa?
Seus cabelos longos negros cobriam parte de seu rosto e não recordo de ouvir sua voz. Provavelmente ela é doce ou, quem sabe, incisiva... Um espectro branco a povoar meus pensamentos.
Quem sabe, minha gueixa neolatina, não nos reencontramos um dia desses? Gostaria de ter apenas a coragem suficiente para te fazer sorrir para mim. Um sorriso misterioso a exalar sedução e dúvida.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O último andar

No pôr-do-sol ela se despediu. Eu não recordo seu rosto em todos os detalhes, pouco a vi durante estes anos que nossos caminhos ficavam próximos por alguns instantes. Acredito que ninguém que a via imaginava a tristeza que emanava de seus olhos, um olhar opaco que era disfarçado por sua presença, de certa forma, intimidadora.
Não sei o que passava em seu mundo, nem sei se conseguiria imaginar. Imagino a dor dos que ficaram, a dor daquele que chamou seu nome e não foi atendido, e sua dor intensa a ocultar-lhe, desorientando os percursos paralelos que necessitavam de sua existência para seguirem corretos.
O fato inesperado tira-me as palavras. Fico perplexo de imaginar que tudo isso aconteceu no silêncio da noite, e que já não se podia fazer mais nada para tirá-la da solidão escura do quarto.

sábado, 24 de outubro de 2009

Bocejo

A votação acabou e eu nem havia percebido.
Parece que a voluptuosa dança da esfera de fumaça é ótima mesmo.
Eu sinceramente não concordaria muito com isso.
A fumaça emanada nestes ares é de certa forma áspera para quem vê com olhos de modelo.
Até que cansei ou perdi a vocação para escrever aqui...
Falta-me entusiasmo para cantar a música até o fim (ou será que esqueci a letra?).
Só sei que nada sei - como já dizia o nobre filósofo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Esmeralda

Depois de mais de seiscentas horas, eu te elimino assim.
Uma estrela doente na memória.
A última folha é minha opção final.
Acabo com toda uma história, de vitórias e derrotas.
Um legado que iniciou-se tão subitamente, quando achávamos que conhecíamos as gentes.
Termina tudo em um leve suspiro de paz, com a chance de um recomeço.
Minha translúcida verde esmeralda, aquela que chegou pelos correios há aproximadamente três anos.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Um mundo de batatas

Topeiras escavam as nuvens às cinco e vinte sete da manhã de domingo. Uma caneta que risca a folha verde do pinheiro não pode medir a taxa de glicose da seiva elaborada do eucalipto. A bala verde que mata as bactérias no ônibus ensolarado e sombrio.
Ecstasiado ou papiloma a-kumi-nado? Onde estão as fantasias e as sósias da minha tia? E esse livro que chega endereçado a mim e é para você?
Me pergunte os anos e eu te dou a data correta. Traga-me flores que eu as vejo e posso até comê-las. Legendário reflexo do quinto dedo laborioso é um fardo doido. Contagem posgressiva para o rio sediar os jogos panamericanos e a cantora ter seu filho.
Qual o seu nome? Ba-ta-tas! Quantos anos você tem? Cem reais perdidos. Que dia é hoje? Vinte três horas e quarenta e cinco minutos. Qual o seu problema? Uma leve afasia pós-estreptocócica.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Morganella morganii

Entre tantas Bacteria,
Eu só lembro é daquela...
Morganii morganella?
Nome digno de donzela.

Morganella e Klebsiella
Shigella e Salmonella
Filo Proteobacteria
Todas Enterobacteria.

Oh, Morganella morganii!
Onde está a sibonni?
Afaste-se do S. boydii!
Tenho um presente para ti...

sábado, 29 de agosto de 2009

O sábado que parece domingo

No sábado que parece domingo o Sol é ameno e faz vento.
Existe nas entrelinhas um silêncio que percorre a cidade.
Um sono mais acentuado e a temporária ausência de preocupação com os compromissos.
Nesse dia há família unida, aparecem visitas e o café é mais forte e farto.
Os pés ficam ligeiramente frios e a visão amarelada.
E deitado no sofá, com a televisão semi-desligada, você espera as horas passarem.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Descarregar

Há muito tempo ele sofria escondido. Ao final de cada dia a situação mais tensa aparecia subitamente em seus pensamentos. Ficava difícil se concentrar nas tarefas mais simples sem reviver aqueles momentos de aflição.
Uma série de controvérsias surgiram no percurso e o pequeno garoto acabou se distraindo. Não faltava disciplina em sua vida, entretanto o excesso dela acabava o atrapalhando deveras. O medo de ter que enfrentar o que antes era inapropriado trazia à tona uma sensação nebulosa em seu espírito. Alguma coisa que o perturbava por dentro, que constantemente roubava suas forças e sua alegria em alguns momentos.
Não há nada como o tempo para mostrar os seus erros, pequeno jovem. A maturidade e o envelhecimento modificam as noções intrínsecas sobre a sua coragem. Nesse instante eu me sinto livre para te afirmar que tudo passa e tudo sempre passará.
Quebrando sigilos, ou não, o menino passava por mais um obstáculo. Uma adversidade de muitas que ainda brotarão durante todos os anos como as flores na primavera. A pedra de mármore que estava em suas costas, enfim, repousa sozinha em um lugar bem distante daqui.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Reconhecimento de mãos

Entrelaçados os dedos de duas mãos distintas.
Mãos que não são imagens especulares.
Mãos que têm uma história diferente.
Há mãos que querem ser pernas.
As mãos finas da massagista chinesa.
Mãos sofridas da artesã mexicana.
Há mãos que impõem ordens.
Mãos que pedem a benção.
Mãos que rezam, mãos que pecam e mãos que choram.
Existem mãos que cortam e costuram.
Há aquelas mãos que fabricam o universo.
Mãos que estão ali para dar apoio.
Mãos que dançam e que cantam.
Têm mãos que agarram as chances com força.
Há mãos que catam migalhas do chão.
Mãos que dormem.
Mãos que lavam outras mãos.
Há mãos que escondem segredos.
Mãos que sofrem com medo.
Mãos sem identidade própria.
As mãos que são frias como o gelo.
Há outras mãos que trazem o calor e a ternura.
Mãos que acariciam.
Mãos que insistentemente perturbam.
E aquelas mãos desconfiadas...
Quais mãos estão nos seus braços?

domingo, 12 de julho de 2009

Centro

A passos curtos chegou-se ao fim da estrada. Distantes rostos, resquícios de memórias vivas na entidade abstrata de cada ser. O fio da vara de pescar enrrolou no arbusto e retirou sete folhas do galho mais robusto. A história individual do homem e a sua importância.
Na negativa, a fotografia revela sua prece. Estranho retrato a inocular sua idéia no cérebro infantil. A caneta no porta-lápis. Riscos e rabiscos e as luvas sujas de tintura preta. O pastel, os lipídeos e o pâncreas. Três trechos de textos sem contexto na última página do livro.
A ordem crescente das horas e dos fatos. O último sibilo do dia a reunir suas almas. Os passos firmes, as sacolas erguidas nas mãos e a salada de frutas a manchar a camisa. Ironia do destino, presente inevitável do incerto em suas mãos. O incasável vento frio das manhãs na nuca do Sol. O fruto exposto ao miasma turvo do vulto humano.
Olhos castanhos a olhar-se mutuamente durante dez segundos. Por trás do vidro, um outro vidro. O último gole de água gelada. Colapso de vozes e de ações vitalícias.

domingo, 21 de junho de 2009

Glamorous Sky

したのDEEP SKY
Ah いで
々にがあるの?
Ah んで
すGO
きつぶしたROCKINGSHOES
げるパドル
Flash Back
はCLEVER
Ah, REMEMBER

あのって あのりたい
あのべて いたGLAMOROUS DAYS

したいの?
Ahいて
はきだすGO
したROCK N\'ROLL
いきあがる
Flash Back
のFLAVOR
AH REMEMBER

あのめてこのりたい
あのをつないでったGLAMOROUS DAYS
Mm... glamorous DAYS
れないよ

SUNDAY MONDAY
TUESDAY
WEDNESDAY THURSDAY
... OH...
FRIDAY SATURDAY
EVERYDAY
えるFULL MOON
えてよ


あのってらしたい
このえてくGLORIOUS DAYS


あのってあのりたい
あのべていたGLAMOROUS DAYS

GLAMOROUS SKY..

sexta-feira, 5 de junho de 2009

E esse tempo que passou...

Ei, Fulana... Você lembra do dia em que nos conhecemos? Era uma tarde de sexta-feira, em pleno feriado, e você havia se molhado na chuva que não cessava sequer por um único segundo. Lembro como ainda havia inocência em seus olhos, como seus sonhos impossíveis pareciam ser realizáveis e como a única diversão que nós tínhamos era discutir assuntos sem cabimento.
Sabe, Fulana, às vezes acho que esse tempo não passou. Abro a janela e vejo que o gramado continua verde, apesar das papoulas e dos girassóis não estarem mais lá. Vejo o Sol invadir o meu quarto quando chega novembro e percebo que a rachadura nas telhas da sua casa ainda estão presentes.
Não entendo, Fulana, o que aconteceu conosco. Dois caminhos que se fundiram por vários meses e tomaram rumos tão diferentes no final. Será que isso é o que chamam de destino?
Eu espero que você ainda lembre desses dias, Fulana, assim como eu recordo. Espero que um dia você se pegue lembrando desses dias e note que sua essência humana não está totalmente perdida. Desejo sinceramente, Fulana, que você esteja feliz. Que você fique em paz e traga paz para seu mundo desiludido.

domingo, 31 de maio de 2009

Lá vem chuva, Orkut

o último suspiro do pacote sem rótulo.
o pó que se acumula na margem superior da porta.
o vice-versa que reparte a dívida em dois lucros.
o espelho que analisa sem tecer longos comentários.
o silêncio psicótico do céu nublado.
o enigma que está na questão quemeusou.

sábado, 16 de maio de 2009

Sem título

A tarde que não tinha Sol durava a eternidade. Queria descanso, mas o trivial contínuo o bania. O inesgotável lamento que pedia o fim das algemas nas pernas não conseguia ser superado e o pó das borboletas ficava acumulado na escrivaninha.
A inocência que devia ir embora. A chegada da Caipora. A infecção por catapora deixando suas marcas por alguns dias.
A essência da fermentação: o vinagre a dissipar-se pelos cômodos. Se fazia bem ou mal, não sabia. Naquele momento incomodava, trazia a desordem. Um caos, de repente, sem culpa.
Pungia a garganta. E os dias de escola? Kyoshitsunihaittemoiidesuka?
Cacos de um vaso negro perfuravam as pernas. A fumaça do cigarro matinal na varanda retardava os dias, mesmo que as flores lilás e brancas nascessem ali por perto.
Sei lá, sentimento de culpa, talvez. Só queria que ficasse tudo bem. Não é um cubo mágico por ser mais colorido e aleatório.
Memórias apagadas. Não agora.
E é por isso que não tem título esse texto.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O pato pateta

Essa é a história de um pato que não era o patinho feio.
Um pato pateta que no meio do lago fazia "Quack" e no final do rio dizia "Quuck".
Que bicho bobo e egoísta.
Animal mais sem sentido e inconsequente.
Por isso que prefiro os papagaios. Imitam, mas imitam direito!

sábado, 11 de abril de 2009

Páscoa

É tempo de Páscoa, momento de renascer.
Bons ventos chuvosos batendo na janela, atravessando frestas e emitindo azul sonoro.
É instante de reflexão. De organizar aquilo que está meio bagunçado, construir novas idéias e receber ovos de chocolate.
Momento perfeito para promover mudanças, para rearranjar as notas musicais da canção que ninguém percebeu anteriormente.
Uma abdicação serena das dores e dos pesadelos.

sexta-feira, 27 de março de 2009

こおり の おおかみ

とおくの おおきな こおりの うえおお おかみ とおずつ とおる。

Drift of the ice by far and large the large wolf afar. (?)

とおくの おおきな こおりの うえおお
おかみ とおずつ とおる。

Oh and by far the towering ice
Knock each distant wolf. (?)

~

なまむぎ, なまごめ, なまたまご

あの ぬのの なは はに?
あの ぬのは なの ない ぬのなの?

このこ なかなか かたかな かけなけったから, なかなかったかな?

わかった? わからない? わかったら 「わかった」と, わからなかったら 「わからなかった」と いわなかったら, わかったか わからなかったか わからないじゃないの?
わかった?

Ou trigo, ou estupro, um ovo cru

É o da ANONU é?
O nariz do NAINU de ANONU?

Como eu chutava KAKENA rígido a partir deste, eu NAKANAKATTA?

OK? Sabe? WAKATTARA "Tudo bem", WAKARANAKATTARA "não sabe" e IWANAKATTARA, não sei ou que não sabem ou compreender?
OK?

Ok... ¬¬'
Traduções engraçadas. :D

domingo, 22 de março de 2009

Vazio

Há dois ou três dias realmente sentia um bem em si.
Há cinco ou seis havia um vazio imenso, uma perda de identidade.
Há oito ou nove dias tudo estava nebuloso, coisas incongruentes demais.
Há doze ou quem sabe quatorze o hoje parecia tão distante...

É estranho sentir a presença do tempo e pensar naquilo que não foi feito.
É extremamente estranho notar a ausência dos fatos concretos e a presença do abstrato.
Estranho é sentir dor e não saber de onde ela vem e o porquê.

O duelo entre titãs de mesma força.
A voluptuosa silhueta por trás das cortinas diáfanas.
A ausência de noção do perigo e do propósito daquele posicionamento.
O mistério na tradução da saudade.

Vazio.
Vago.
Voo.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Magnificent do U2

Magnificent
Oh, oh, magnificent

I was born
I was born to be with you
In this space and time
After that and ever after
I haven't had a clue

Only to break rhyme
This foolishness can leave a heart
Black and blue

Only love
Only love can leave such a mark
But only love
Only love can heal such a scar

I was born
I was born to sing for you
I didn't have a choice
But to lift you up
And sing whatever song you wanted me to
I give you back my voice
From the womb
my first cry
It was a joyful noise
Oh, oh

Only love
Only love can leave such a mark
But only love
Only love can heal such a scar

Justified till we die
You and I will magnify
Oh, the magnificent
Magnificent

Only love
Only love can leave such a mark
But only love
Only love unites our hearts

Justified till we die
You and I will magnify
Oh, the magnificent
Magnificent
Magnificent

terça-feira, 3 de março de 2009

Três anos sem Lôro

Hoje completa três anos que Lôro sucumbiu perante os infelizes acasos do destino.
Um pobre pássaro que ironicamente faleceu debaixo d'água.
Uma ave que não há idêntica no mundo, que adquiriu conhecimentos próprios, superou os seus limites e falou o que todos queriam ouvir.

Em uma manhã de três de março de dois mil e seis ele se foi, com aproximadamente dezoito anos de idade. Um jovem.
Voou para um lugar puro e conseguiu, finalmente, a sua liberdade plena.
Rompeu a gaiola, saltou de seu poleiro e adquiriu o uso livre de suas asas.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Amostragem de macacos

Os macacos querem bananas! Dá-lhes bananas!
Escolhendo números aleatórios na tabela, seleciono alguns macacos da minha população.
- Que tal chimpanzés, orangotangos e gorilas?
- Não. Prefiro os micos e os babuínos!
- Quanta exigência! Onde encontrarei um leão-dourado nestas terras?
- Dizem que estão em extinção, mas não acredito. É intriga da oposição. Eles querem é vender cadernos com folhas de papel reciclável.
E foi um troca-troca de rostos primatas. Primeiro, segundo e terceiro colocados.
Macacos que queriam ser humanos foram os selecionados para a pesquisa... Até o retrato exato da perturbação helicoidal entre o etéreo e o inferno despertar em todos.
Na realidade, havia déficit cerebral para os tornar dignos de análise científica apropriada.
A amostragem foi insufiente para os fins aos quais estava inicialmente destinada.
Foi inferior às minhas expectativas, meu estudo acabou sendo deflagrado.
- É uma pena, mas não podemos prosseguir com estas pesquisas.
- Percebo que errei em minhas previsões impossíveis.
- Eles não colaboraram, não se mostraram atentos aos seus ideais.
- É verdade... Lamentável decepção.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Os cupins

Degenerando carcaças eu os encontrei.
Repartindo em migalhas, em milhares de fragmentos o sólido.
Retorcendo. Ingerindo por dentro, às escondidas.

Não adianta veneno para detê-los, eles sempre retornam.
São fortes, são muitos e alimentam-se da sua sorte.
Consomem a vida como um fogo ardente.
Corrompem o lacre estéril do crepúsculo.

Na vidraça opaca, nas teias, lá estão.
Ao rotacionar o pescoço posso vê-los claramente.
Através da chuva, do respingo d'água em sentido cruzado.
Deixam suas asas membranáceas em todo lugar.

As teias crescem, os aracnídeos aparecem.
O dia termina e alimenta uma resolução.
O som das pedras, em contrapartida, tentativa de reverter esse processo.
As plantas murchas: decomposição tardia de um evento irreversível.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Paranóia

As cadeiras flutuavam na plantação.
Um bicho quadrúpede era adestrado por dois patos. Um negro, o outro albino.
Ah, paranóia. Um leve pensamento alterado do começo ao fim.
Uma terrível urticária que coça. Um sussuro que tortura à meia-noite.

O ar que desliza pelo corpo e arrepia.
O perfume que dissipa através da reflexão.
Um grupo de medos e aflições alienígenas.
As estrelas ditam: N-E-P-H-I-L-I-M.

O anjo caído?
Aquele que derruba os outros.
Tirano.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Fordismovida

As enchentes de trevas acumulam-se na terra. O passo que segue, o passo que volta. Pés firmes que criam raízes.
A cascata de eventos discorda. A cascata que chora. A menina que implora. Está quase na hora. Senhora, uma moça outrora. Ora, ora...
Um murmúrio. Um riso a mais. Um olho gordo na máquina. Um olho gordo na história. Um olho gordo nas asas das tulipas tricolores.
Um rito, uma prece, uma diocese. Uma desavença, duas. Uma lua, um sol. Um café matinal que grita através do odor característico.
O soco na parede. O espelho parte em oblíquo. O vaso chinês. O livro. O buquê de rosas na revista.
E repete, não pára. O cascalho, o chocalho. A matriz do orvalho. O cenário, idéias incongruentes que causam a turbulência do astral.
A pressão, a execução de atos. A rotina, a melodia dos pássaros. O riso engraçado do pseudo-Zacarias e o apêndice.
Na aparência, na ausência de decência. Ignorância, ganância. Ânsia. Peças idênticas, produtos anencéfalos de uma mesma maquinaria.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Melodia

As peças do tabuleiro estão sendo substituídas.
O jogo está prestes a virar... Quem será o perdedor?
As cartas estão marcadas.
A sorte já foi lançada e só nos resta esperar.
Do infindo, uma substituição de repertório.
Os rostos mudando, velhas idéias permanecem estagnadas.
Os perfis continuam parecidos, as fixações e frustrações ainda são semelhantes.
As piadas vão perdendo a graça. Os rostos vão sendo esquecidos...
Pela janela do carro eu vejo o dia.
O asfalto gasto de tom cinza claro, marcas de um longo percurso.
Até quando toda a canção terá ritmo?
Espero estar atento o suficiente para perceber a nota musical errada no momento em que ela for executada.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Passa.tempo

Debaixo da chuva pede sossego.
Queria estar deitado na sombra de um coqueiro.
Queria parar o tempo quando bem entendesse.
Queria poder estar em todos os lugares ao mesmo tempo.
Queria que o instante durasse o infinito.
Suportando as sombras nas costas o jovem estava prestes a sucumbir.
Suportando a teia de virtudes e razões lógicas.
Suportando o ritmo irreversível do dia após dia.
Suportando as alucinações e agouros pessimistas que o circundava.
Nas instâncias, cansado ficava.
O tempo passava e era cruel demais.
O tempo roubava lentamente sua juventude.
O tempo tornava em memória seus minutos felizes.
O tempo dissipava seu rosto, sua estrutura intrínseca firme.
Os patos no lago esmeralda.
As tartarugas no fundo do poço irrigado por uma espécie de bica.
O cão vira-lata que caminhando sozinho pelas areias da praia, parava e observava o limite final entre céu e oceano.

domingo, 25 de janeiro de 2009

12:34

Quando olho para o relógio vejo a seqüência correta.
Geralmente é noite e não há a intenção pensada de identificar a ordem numérica.
Talvez seja algum tipo de vício do meu organismo em localizar a tal hora.
A curiosidade em saber o horário sempre surge na hora em que vivo a dita hora.
Quando claro, mesmo em tempos sombrios, eu costumava identificar o um-dois-três-quatro-cinco-seis no meu relógio de pulso.
A vulga melhor hora do dia, que custava um segundo para acontecer e com um segundo desaparecia.

Olho o relógio nesse momento e vejo, mais uma vez (coincidência?), o um-dois-três-quatro na madrugada silenciosa do meu quarto.

Atropeladamente descriptografado

Na calçada espera o semáforo ficar vermelho.
Espera porque os carros estão vindo pela esquerda, virando na rua e passando na frente.
Aguarda alguns instantes com as lentes embaçadas, óculos antigos dourados.
Descera do carro de outrem sem muito suporte e atravessava avenidas desprotegido.
Caminhava despreparado para o mundo, livre de mãos.
Aguarda o sinal vermelho impaciente.
Aguarda, aguarda, aguarda, aguarda, aguarda...
No desvio de luz polarizada põe o pé na rua. Que estúpido!
Como pode alguém tão "inteligente" fazer isso?
O semáforo menos perigoso estava vermelho, porém o destruidor de vidas acabava de tornar-se verde.
Como pode avançar assim?
Caminhou alguns passos, notou barulhos, buzinas de moto.
Um utilitário importado cor-de-velho foi a última coisa que viu.
Recuou, puxou do bolso o celular. Alô? Ninguém estava ligando naquele momento.
Um reflexo de despreparo físico e mental. Fugindo da asneira tóxica.
A mandíbula estava azeda, áspera, tremulante e formigando.
Hã? Os outros carros dizendo: ridículo. Quase morre.
Sinal perigoso vermelho. Correu. Escapou dos carros que viravam rápido por sua esquerda.
Do outro lado encontrou segurança. Alívio. Sorte?
Estava vivo, nenhuma parte do corpo doía.
Alguém estava a olhar por ele naquele segundo-limite.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Na cadeira ni

Eram três vozes principais nesta peça.
A voz da natureza, representada pelo canto dos pássaros e pelo chocalhar das folhas nas árvores.
A voz da mente, representada pelos pensamentos e a consciência do personagem principal.
A voz do ser humano, representada pelos indivíduos que falavam ao telefone.
Mais uma vez estava amarrado àquele lugar enfadonho.
Naquele lugar pecou, condenou, julgou, atirou a primeira pedra.
Enganou-se mais uma vez.
As quatro pernas paralelas entre si criavam uma estabilidade para o corpo sem postura.
Os indivíduos passavam, as crianças brincavam no campo.
Sucumbia lentamente perante a visão do céu a escurecer.
Olhos cansados, pés inchados, mãos fechadas.
O tempo fugia por entre seus dedos enquanto esperava a grande mudança.
Aquilo não era seu ofício, não servia para os objetivos futuros.
Juntando os minutos perdia mais um dia. Perdia o êxtase pelo comprometimento.
E mais uma vez, na cadeira aguardava alguma novidade.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A velha gorda lorpa e o miado de gato

Não consigo recordar com exatidão que lugar era aquele. Parecia-me uma espécie de corredor de ônibus de viagem, com pessoas sentadas em seus aposentos em filas laterais.
Deixei minhas malas em umas das cadeiras, pareciam ter três cadeiras lado a lado, e saio de cena. Recordo rostos conhecidos a entrar em carros, colegas de trabalho ou de época escolar.
O telefone toca. Atendo, voz conhecida.
- Proteja-a, proteja-a, proteja-a! Tome cuidado com ela, preste atenção nela. Cuidado, cuidado, cuidado - uma voz familiar do outro lado da linha a me alertar.
Um tanto incompreensível aquele telefonema... Respondi que estava tudo bem, que não precisava se preocupar, pois nada iria acontecer.
Caminho entre as filas de cadeiras, entre a qual estavam minhas bagagens e a anterior a ela. Noto uma presença desagradável, uma aura alusiva à ira. O calor repentino na cabeça e a percepção de que você está sendo incompreendido.
Uma velha gorda e vestida de rosa, cabelos brancos e rosto roliço. Lembrava levemente a senhora com transtorno bipolar, só que bem menos bisonha e bem mais bizarra (no sentido depreciativo da coisa).
Resmungava sentava na minha cadeira para uma mulher na fila a sua direita, impedindo-me de passar entre as cadeiras. Fiquei mudo, escapei de suas teias macabras e fui ver se estava tudo bem com a mana.
Corte de ar e o miado do gato. Um miado agudo, frenético à madrugada. Que miado irritante, era um choro, uma lamentação às escuras. Deu medo. Almas penadas vagando pelo meu território. Não queria registrar esse momento naquele momento.
Retornei aos meus assentos e a velha gorda lá. Mais irritante dessa vez. Mais medonha, tosca e obesa do que antes. Uma lorpa. Fétida. Uma mulher funesta a me desafiar com olhar indiferente e ao mesmo tempo ofensivo.
Tentei retirar as minhas malas daquelas cadeiras quando ela, acho que para insultar, diz algo como:
- Essas malas não são suas, meu querido.
Não entendi. É claro que são minhas! O que ela queria, roubar-me? E tento puxar minhas malas a força.
- Não vou lhe dar as malas. Elas não são suas. Como posso ter certeza que são suas?
O que é que essa mulher queria? Que eu provasse que as malas são minhas, quem é ela? A justiceira-mor dos meus sonhos?
- Minha senhora, devolva minhas malas. Elas estavam aí por que eu as coloquei, esses assentos estão reservados para mim.
Ela ignorou e insistiu em segurar as bagagens na cadeira.
- A senhora está de brincadeira comigo? O que a senhora quer afinal, irritar alguém?
Não lembro se ela disse mais alguma coisa, talvez tenha dito. Só sei que o gato miava e miava e miava. O sono havia acabado e com ele o sonho.
Pela janela vi dois gatos que nem sabia que existiam ali. Dois gatos, um preto e um branco com manchas acastanhadas ou cinzas. O branco gritava e miava e chorava. Que irritante. Adentrou no mato e sumiu. O negro permanecia deitado na superfície frígida do piso de jardim.
Esquisito. Achei melhor repensar os meus preceitos e dormi novamente.

sábado, 3 de janeiro de 2009

The final countdown de Europe

We're leaving together,
But still it's farewell
And maybe we'll come back,
To earth, who can tell?
I guess there is no one to blame
We're leaving ground (leaving ground)
Will things ever be the same again?

It's the final countdown
The final countdown

We're heading for Venus and still we stand tall
Cause maybe they've seen us and welcome us all
With so many light years to go and things to be found (to be found)
I'm sure that we'll all miss her so.

It's the final countdown
The final countdown
The final countdown...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Dois mil mais nove

Mais um ano completa o ciclo vicioso.
Mais um giro adquire seu fim.
Que esse ano seja melhor que o que passou.
Dois mil mais nove: dois mil e nove: 2009.
Espero que o nove ainda seja número da sorte.
Felissaúde para todos e que os sonhos se tornem verdade.